domingo, 28 de junho de 2009

Enfim sol

Nem acreditei quando saí de casa (milagre nesses últimos dias) e vi o céu azul e iluminado.
Pensei comigo mesma e com entusiasmo: "fez sol, fez sol!"
Assim que cheguei em casa tratei de abrir as persianas e a janela. Elas me impediram de ver o lindo dia que está lá fora. E essa minha aversão a claridade desaparece quando faz sol. Contraditório, não é?! Eu simplesmente adoro o sol, o calor. Mas em casa não quero uma luz sequer tentando passar por algum orifício das cortinas.
Tempos atrás eu sempre cantava: "abre essa janela, primavera quer entrar..."
Mas o que importa mesmo é que esse tempo me anima. Tanto que cheguei saltitante e vim logo escrever aqui. É, bem se vê que a postagem "Mas só chove e chove..." não tem mais validade. Já era!
Cá estou mais uma vez. Eu sempre volto. Aliás, ela saiu da validade no mesmo dia em que a escrevi, porque logo em seguida publiquei outra postagem.
Então, entrei no quarto e peguei o meu super hiper mega livro de Literatura e coloquei em Arcadismo, o Século das Luzes a fim de procurar um poema sobre sol para pôr aqui. Mas lembrei-me logo de um que tem a ver com infância e decidi colocá-lo. Antes disso, folheei um pouco e lembrei-me de outra ao vê-la escrita. Assim que comecei a ler não acreditei e exclamei: "Como eu pude me esquecer desta poesia?" Mas eu não esqueci de esquecer, entende? Terminei de ler e logo a recitei como nos velhos tempos. Ah, hoje fez sol e "tomara que não chova seis meses sem parar!"
Seguem então as duas poesias:

Infância

Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".

(Guilherme de Almeida)

Soneto 12

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Pera matar-me e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde
Vem não sei como, e dói não sei porquê.

(Luís Vaz de Camões)



Escrevi de cor.
Não esqueci. Nunca!

"Meu corpo viraria sol, minha mente viraria sol..."

sábado, 27 de junho de 2009

Já recebeu aquele pequeno gesto?

(barulho de chave tentando abrir a porta com dificuldade)

- Deixa que eu abro! Disse eu, correndo.
Meu pai abre a porta ao mesmo tempo em que eu a abro também. Ao vê-lo, vejo uma rosa em sua mão.
- Ah, pai...! Digo comovida.
- Eu sei que você gosta.
- Eu adoro, pai. Adoro!
- O cara achou engraçado quando disse "não, eu vou levar pra minha filha." após ter perguntado se iria levar pra namorada. Porque eu pedi a rosa mais bonita.
Eu rio com satisfação e acrescento:
- Ah, é?!
- Claro, eu disse, "minha filha é mais que namorada."
Eu rio de novo balançando a cabeça.
- Eu te amo, filha. Quero ver você feliz!
- Eu também te amo, pai. E abraço-o por trás carinhosamente.

É a 3ª vez que ele faz isso em três anos!
Sempre tem essas surpresas quando ele vem me visitar.
Só por hoje vou dormir mais serena, só por hoje.

"Mas só chove e chove, chove e chove..."

Fiquei procurando algo que refletisse meu estado de espírito.
Eram tantas músicas, tantos poemas, eram tantas escritas malucas, tantos pensamentos confusos que nem conseguir escrever direito eu estava conseguindo. Aos trancos e barrancos faço alguma coisa ainda e, portanto, esta é minha penúltima postagem nessas condições. A última ficará ótima, juro para mim mesma. Vou sair de cena por uns tempos e voltar com toda vontade do mundo.
Vou colocar as ideias no lugar, vou enfiar e costurar a frase "ele fez a escolha dele" na mente e mais uma vez dar "tchau". Seguir e blábláblá...

Metade
(Adriana Calcanhotto)

Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?

E para colocar um tom ainda mais dramático, segue Até Quem Sabe de João Donato e Lysias Enio, na voz de Nara Leão:

Até um dia
Até talvez
Até quem sabe
Até você sem fantasia
Sem mais saudade

Agora a gente tão de repente
Nem mais se entende
Nem mais pretende
Seguir fingindo
Seguir seguindo

Agora vou
Pra onde for
Sem mais você
Sem me querer
Sem mesmo ser
Sem me entender

Vou me esquecer
Vou me beber
Vou me perder pela cidade

Até um dia
Até talvez
Até quem sabe

É mais ou menos isso.
Eu iria misturar com a última postagem, mas achei melhor não. A última é fantástica demais para colocar algo tão... tão triste. Tão que me deixa com raiva e me faz sentir calafrios AINDA!
Acho que consegui manifestar o interior do espírito conturbado que teima em se manifestar todos os dias. Era essa a intenção. Eu não sei se eu vou virar a página e desconfundir tudo, mas que o tempo vai anestesiar, entorpecer, ah, isso ele vai. Ainda mais com a minha ajuda. Nessas horas ele é meu melhor amigo.
Então, como sempre digo: o que tiver de ser, será!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Music and 'you'


Eu tenho certeza de que agora você voltou para um momento do qual talvez nunca deveria ter saído: a infância.

E cante e voe como o Peter Pan, como o menino que reflete neste rosto um doce sorriso.

E cante e brinque como se estivesse em Neverland.

E cante porque "in your mind you will find a world of sweet harmony.
Birds all a feather will fly together.
Now music, music and 'you'
Music and 'you'".

quarta-feira, 24 de junho de 2009

De ponta cabeça



Os diferentes

Descobriu-se na Oceania, mais precisamente na ilha de Ossevaolep, um povo primtivo, que anda de cabeça para baixo e tem vida organizada.
É aparentemente um povo feliz, de cabeça muito sólida e mãos reforçadas. Vendo tudo ao contrário, não perde tempo, entretanto, em refutar a visão normal do mundo. E o que eles dizem com os pés dá a impressão de serem coisas aladas, cheias de sabedoria.
Uma comissão de cientistas europeus e americanos estuda a linguagem desses homens e mulheres, não tendo chegado ainda a conclusões publicáveis. Alguns professores tentaram imitar esses nativos e foram recolhidos ao hospital da ilha. Os cabecenses-para-baixo, como foram denominados à falta de melhor classificação, têm vida longa e desconhecem a gripe e a depressão.

Carlos Drummond de Andrade


Se nós virássemos o mundo pelo avesso, em que daria?

terça-feira, 23 de junho de 2009

Em que você acredita?

Uma discussão travada em sala de aula é a motivação deste texto.
Gabriel Gutierrez, professor de Sociologia, perguntou quem não acreditava em Deus. Três pessoas em meio a sei lá quantas outras, levantaram a mão. Eu era uma delas.

- Bruna não acredita em Deus? Por quê? - perguntou ele
- Ah, se tem uma coisa que eu acredito é na Natureza, na força dela. Ela sim a gente vê e sente. Agora um ser que guia e sabe de toda a minha vida? Não, nisso eu não acredito.

É claro que eu devo estudar bastante para embasar mais essa minha opinião, esse meu ponto de vista. Porém, a questão principal é: não sinto.
Eu fui criada por um pai protestante e uma mãe católica. A religião que prevaleceu mesmo foi a Católica. Desde cedo já sabia todas as orações de cor, ia à missa, cantava as músicas e ouvia do meu pai, toda noite, "faz oração pro papai do céu".
Fui batizada em 1999. Fiz catequese e era dedicada, uma das melhores da turma até. Então veio a 1ª Eucaristia e lá estava eu bem feliz e com sono. Foi uma cerimônia realizada de manhã bem cedo. Tenho muitas fotos e estou bem serena em todas elas.
Enfim, minha vida até os 17 anos era voltada na crença de Deus. Eu sei bastante coisa da Bíblia, afinal, um dos meus primeiros livros foi a Bíblia Júnior, uma de capa vermelha. Eu ganhei em 1996/1997 se não me engano. Assim que o recebi fui logo ler. E quase toda noite minha mãe lia uma Bíblia de capa roxa para mim.
Então o tempo foi passando e eu fui indagando certas coisas que não faziam sentido algum para mim e pronto. No dia 1º de janeiro de 2008 eu era mais um ser ateu habitando um mundo onde a maioria acredita estar de passagem para, depois de provações, encontrar com o "grande poderoso" lá em cima.
Eu era um dos cativos do "Mito da caverna" e não foi fácil sair de lá não. Quando eu cheguei a conclusão de que para mim não existia esse ser que eu sempre acreditei existir, fiquei meio sem chão, desnorteada. E é aí que entra a discussão da sala de aula: o desencantamento do mundo.
Uma explicação rápida: Antes o mundo era visto como um jardim encantado. O politeísmo pregava haver um Deus por detrás de cada elemento da terra. Chegaram as três religiões monoteístas (cristã, judaica e islâmica) e tiraram o encantamento do mundo porque, de acordo com elas, Deus era um só e estava em uma outra dimensão. Dessa forma elas orientaram a ação do ser humano para seguir a palavra de Deus e agir corretamente para que, quando a morte chegasse, você fosse se encontrar com ele.
De fato, a religião traz valores morais e é racional você andar na linha (ou como diria Gabriel, "walk the line") para ter a paz eterna.
Então, seguindo a linha de raciocínio, chegou a ciência. Ela não tem solução para tudo, mas para QUASE tudo. Ela desencantou o mundo de vez e colocou a religião de lado, sentadinha (ou como diria Gabriel mais uma vez, "de joelhos"). A religião ainda tem o seu espaço, mas o mundo caminha cada vez mais para a racionalização.
Agora me diz, não faz mais sentido pensar que há um Deus, ou seja, algo luminoso, bondoso, por detrás de tudo que há na terra? Caramba, como viveríamos em harmonia. Mas aí nem preciso explicar o que aconteceu quando essa crença foi deixada para trás. Olhe à sua volta e veja por si só o que anda acontecendo.
Lembram quando disse que fiquei desnorteada? Pois então, não ter algo para acreditar, para se apegar te deixa vazio. Você deve ter um ideal, algo que te tranquilize.
Saber que Deus existe é confortante para alguns. Ele te oferece um sentido, te indica o caminho e de quebra ainda te dá a chave do portal divino se você seguir a palavra dele, ou melhor, acreditar nele.
A maioria que não acredita é honesta e tudo mais. De uma forma ou de outra você segue aqueles dez mandamentos. O mundo tem a distinção entre o que é certo e errado e a religião vai continuar prevalecendo nesses dois conceitos. Mas (suspiro) isso é muito complexo.

O que eu queria saber mesmo é: Em que você acredita?
Em um bando de nuvenzinhas com anjinhos pulando uma a uma? Em uma continuação? Ou... em que, afinal?
Sabe, eu acredito que o amor pode nos levar aonde a gente quiser.
É do ser humano ter essas ideias e acreditar que há algo maior esperando por ele.
Mas... será que já não existe algo maior aqui?
Não?! Tem certeza? Por que ficar esperando? E se não vier?
Ah vai, tem algo enorme dentro de você capaz de mover montanhas e tudo que você precisa nesse momento é VIVER.

Apenas... viver.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Paráfrase 'pra' lá de boa

O filme conta a história de três personagens anticapitalistas. A história começa com dois amigos que fundam o movimento “The Edukators”, cuja finalidade é educar os burgueses de uma forma peculiar.
Os dois rapazes invadem as mansões, tiram os móveis e objetos do lugar e deixam uma mensagem de protesto, como: “vocês têm dinheiro demais.” O intuito não é roubar, nem muito menos machucar alguém, é realmente causar um choque, um impacto e, quem sabe, trazer alguma reflexão àqueles que possuem bens em excesso.
A entrada da terceira personagem nesse movimento se dá quando ela resolve invadir a casa de um empresário, o qual espera o pagamento de uma dívida de 100 mil euros acarretada através de uma batida de carro entre os dois. Durante a invasão, um celular é esquecido e os jovens retornam no dia seguinte para recuperá-lo. O empresário os surpreende, não deixando outra saída para eles a não ser o sequestro para que não fossem denunciados.
A partir do momento em que os quatro personagens estão refugiados em uma cabana, trava-se uma longa discussão que deixa clara a luta de classes. São mostradas questões como o tempo de trabalho e o consequente salário do proletário que não se equipara ao de um burguês, as oportunidades que nem todos têm de ascender e ter uma vida digna, o motivo de se acumular coisas grandes e caras, em suma, a desigualdade gritante que há entre proletários e burgueses. É importante ressaltar que o líder dos três afirmou que não se vive em uma democracia, mas sim em uma ditadura do capital. Nada mais coerente, já que é o dinheiro quem dita as regras de como o mundo deve funcionar.
Eles encaram a mídia como um meio de alienação por apresentar programas que não mostram a realidade, deixando muitas pessoas absortas durante horas em frente à televisão.
A trama acaba com os três indo para uma outra cidade para desativar todas as estações de TV do local.
Essa revolução proposta, de certa forma, é “pacífica” em relação ao que se vê no Manifesto Comunista.

No Manifesto Comunista o proletariado é visto como a única classe verdadeiramente revolucionária. De fato, seu movimento representa a maioria em benefício de todos. E para acabar com a burguesia a luta deve ser em primeiro momento uma luta nacional, ou seja, o proletariado de cada país deve derrubar a sua própria burguesia.
Nesse contexto, os comunistas são os mais ativos em questão de revolução dentro do movimento proletário. Compreendem todos os interesses e ideais e resumem sua teoria na supressão da propriedade privada.
De acordo com Marx, o primeiro passo para a revolução é a conquista da democracia pelo trabalhador. Esse, juntamente com seu predomínio político, retirará todo o capital da burguesia e o concentrará nas mãos do Estado.
Para que isso ocorra o proletariado deverá ascender de classe. Mas como a proposta é exatamente acabar com as classes, ele acabará por destruí-la depois. Após o desaparecimento das classes, surgirá a concentração do poder nas mãos de cada cidadão. Constituindo assim uma sociedade pautada no livre desenvolvimento de todos.
A revolução proposta por Marx é mais inflamada, já que essa irá extinguir as relações de produção antigas e dar origem a novas relações, pensamentos e ações.
A grande diferença entre “Edukators” e o Manifesto Comunista está na forma em como eles agem. O próprio nome já diz, os jovens não querem exaurir o sistema da forma proposta por Karl Marx com a tomada do poder pelos proletários, mas sim educar a sociedade aos poucos. É possível?
O filme nos apresenta uma visão política que é capaz de nos fazer parar para refletir mais sobre a sociedade na qual vivemos. O momento em que é mostrado que grande parte dos calçados que usamos é fabricado por crianças, me remeteu a uma das medidas propostas no Manifesto Comunista que poderiam ser utilizadas para acabar com o sistema capitalista. Tal medida é: “10. Educação pública e gratuita para todas as crianças. Supressão do trabalho fabril de crianças, tal como praticado hoje. Integração da educação com a produção material, etc.”
É difícil deixar de lado pensamentos e atitudes que foram impostas a você desde o berço. Como disse Marx, a realidade econômica determina a consciência. Então como seria viável realizar uma revolução no século XXI com o capitalismo entranhado em quase todo o lugar que se vá? A verdade é que não é possível realizar literalmente, em grande escala. O que os jovens de hoje em dia podem fazer e muitos fazem está exatamente explicitado em “Edukators”, ou seja, educar as pessoas. Melhor dizendo, nesse caso, reeducá-las. Mostrar, como no filme, de onde vem e quem é responsável pela fabricação de cada produto, o que está por trás de cada coisa, ter um olhar além do que se vê. Realizar palestras, como a que foi ministrada na última sexta-feira na FACHA, falando sobre as dificuldades que os moradores enfrentam com os 788 degraus que “cortam” a comunidade.
Envolver-se em trabalhos voluntários, participar de ONGS, fazer doações. Enfim, qualquer atividade que vise à integração da sociedade como um todo. Essa ação é o reconhecimento de que não é só você quem está nesse mundo, há uma realidade lá fora que a maioria desconhece.
O que a geração de hoje em dia faz é um pouco diferente das atitudes do “The Edukators” e do que o Manifesto Comunista prega. Ela, em meio ao sistema, busca formas de se sobressair a ele e ajudar aqueles que precisam através da motivação, do conhecimento e, em sua grande parte, da vivência.
O primeiro passo para que talvez mais tarde essas ações possam tomar conta de todo o globo é a mudança de mentalidade através do conhecimento.
Livremos-nos das amarras da ignorância e do egoísmo que a sociedade capitalista impõe.

sábado, 20 de junho de 2009

O óbvio: para começar um novo capítulo é necessário terminar o outro

Sem Aviso
(Francisco Bosco / Fred Martins)

anda
tira essa dor do peito, anda
despe essa roupa preta e manda
seu corpo deslembrar

canta
vira a dor pelo avesso, canta
larga essa vida assim às tontas
deixa esse desenganar

calma
dê o tempo ao tempo, calma
alma
põe cada coisa em seu lugar
e o dia virá, algum dia virá
sem aviso

então...


É bom relembrar certas músicas em momentos oportunos!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

17 de junho de 2009

"Que por você eu largo tudo, carreira, dinheiro, canudo..."
Se eu tivesse que conquistar alguém cantando isso eu não cantaria. Afinal, não é obrigatório.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Paciência é uma virtude


"Não somos perfeitos. Decepções, frustrações e perdas sempre acontecerão.
Mas Deus é o artesão do espírito e da alma humana. Não tenha medo.
Depois da mais longa noite, surgirá o mais belo amanhecer. Espere-o."


Leia-se: Deus, o poder que está dentro de você.
Embora o texto não esteja nesse sentido, acredite. Você é Deus. Você é o maior responsável por tudo o que acontece de bom e de ruim na sua vida.
O poder está nas suas mãos, use-o a seu favor e acredite nos bons resultados.

sábado, 13 de junho de 2009

A neblina da manhã



Estava cá mergulhada em meus pensamentos solitários regados à músicas tristes e lembrei de um poema que fizera em 2008. (É, eu sou assim na maioria das vezes)
Abri a gaveta e procurei em um bloco de anotações. Lá estava ele com rabiscos, mas intacto, emanando palavras um tanto quanto sombrias para quem sabe o que é luz. Eu mesma me surpreendi ao ler. Não lembrava de ter escrito de uma maneira tão impactante. Pelo menos para mim, é claro.
Mas lembro o motivo. E se lembro!

Segue então o meu poema sem título:

Ando desacreditada
Desando na estrada
Perdi a motivação
Fugiu minha garra
Não vivo a emoção

Ando me perdendo
E até me esquecendo!
Peço justiça por um motivo
que tem fundamento
Me remexe a consciência
Me encobre o momento

Ando confusa, descontentada
insatisfeita, enganada
e decepcionada comigo mesma!

Começo a andar pela sombra
Sinto frio, pessimismo e abandono
Caminho difuso, distorcido
Mente apagada...
Sem não mais saber como andar na longa estrada

As "águas" correm
A veia salta
O sangue ferve
A voz sumiu

Como tanto pessimismo pode impregnar-se em Bruna, eu... ?
Posso dizer que essa é a 1ª fase difícil da minha vida.
Não, eu digo não, a luz vem em minha direção
Mas eu me encontro na contra-mão.

Ando desacreditada
Desando na estrada


Bom, como diz esse poema que é mais um desabafo, era apenas uma fase. E eu realmente não consigo achá-la na memória. Dizem que quando passamos por momentos ruins sua mente entorpece alguns fatos.
Deve ter sido isso.
Lembram que no início eu disse que sabia o que era luz? Então, esse post iria tomar um rumo diferente se ele não tivesse sido interrompido para eu sair um pouco e encontrar em meio a tantas pessoas sem sentido um único sorriso que me abriu as portas com um clarão me fazendo sorrir de novo.
É aquele sorriso que é simplesmente o sol, e de repente tudo se ilumina de novo como se não houvesse escuridão. Como se nunca houvesse existido nada parecido!

Ah! E avante a estrada, não é?!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Otimismo? Ah, realismo, né?! Convenhamos...

Simplesmente tive um "insight" ao colocar "I'm in the Mood for Love" na voz de Nat King Cole.
A balada do jazz deixa qualquer um inspirado, seja de qual forma for.
Foi então que lembrei que hoje é o Dia dos Namorados. Uma data comercial, mas que não deixa de ser bonita. Afinal, todos os casais apaixonados estão por aí esbanjando felicidade. Esses estão em todos os lugares possíveis, impossíveis, imagináveis e inimagináveis.
Praia, cinema, motel, restaurante, casa, cama, lençóis, sofá, jantarzinho romântico à luz de velas... Argh! Esses mocinhos pensam que o mundo é deles ou que o outro é o mundo e se esquecem que existe um mundo de verdade aqui fora!

- Mas que coisa, Bruna. Deixe os casais em paz.
- Tá, eu deixo. Vou parar de ser um pouquinho mal amada e dar continuidade ao texto.

Então, como eu estava falando, os namorados têm a mania impressionante de pensar que um completa o outro. Mas ora, será que eles nunca pararam para pensar que já são completos? Não existe essa história de "oh, como você me completa!" (acrescente um tom dramático mexicano à esta frase)
O que existe é a soma ou na pior das hipóteses a subtração. Os dois realizam essa matemática. E olha, toda matemática é um problema. (sem trocadilhos, é sério)
O fato é que quando se está apaixonado não tem jeito. Você vê o mundo cor-de-rosa, pensa que os dois são um só, fica cego, faz loucuras, ri à toa e até fica "doentinho" como disse meu professor de Teoria da Comunicação I uma vez.
É um negócio bem piegas mesmo. Fernando Pessoa já escrevera sobre as cartas de amor e disse que, se há amor, elas devem ser ridículas.
O final é esse:
"(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)"

Se você não entendeu o que eu quis dizer, leia a poesia toda que ficará mais claro.
Bom, deixando de lado essa parte revoltada vamos ao que interessa. Ah, o amor.... "quando é demais ao findar leva paz..." Nossa, hoje eu estou ótima, né?! É, namoros acabam. Portanto aproveite bastante porque nunca se sabe o dia de amanhã.
E enquanto esse dia não chega, dê uma olhada na letra que falei no início da postagem:

I'm in The Mood for Love (Bryan ferry)

I'm in the mood for love
Simply because you're near me
Funny, but when you're near me
I'm in the mood for love
Heaven is in your eyes
Bright as the stars we're under
Oh, is it any wonder
That I'm in the mood for love?
Why stop to think of whether
This little dream might fade?
We've put our hearts together
Now we are one, I'm not afraid
And if there's a cloud above
If it should rain, we'll let it
But for tonight forget it
I'm in the mood for love
Oh yeah

Why stop to think of whether
This little dream might fade?
We've put our hearts together
Now we are one, I'm not afraid
And if there's a cloud above
If it should rain, we'll let it
But, for tonight, forget it
Cause I'm in the mood for love
I'm in the mood for love
For love, for love...

Brincadeira à parte. Parabéns a todos os namorados.
Por incrível que pareça, o amor ainda existe. Nem que seja por um breve instante dentro do "pra sempre". Porque como dizia a música "Por Enquanto", "o pra sempre, sempre acaba."

(barulho da porta da sala se abrindo ferozmente)
- Bruna, eu te adoro!
- Mas o que é que você tem?
- Eu tenho meia hora pra mudar a sua vida!
- Não, espere...
- Espere?! - ele fala num tom de incredulidade e logo acrescenta - "Vem, vambora. Que o que você demora, é o que o tempo leva."

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Natureza preservada

Dia 5 é o dia do Meio Ambiente. Calhou que exatamente nesse dia eu estava indo a um lugar maravilhoso: o sítio dos tios da minha amiga.
Ele é o ponto de encontro de amigos de longa data. Lá são comemoradas as datas mais importantes como o Carnaval, a Festa Junina, aniversários e Natal.
Quantas histórias eu não tenho de lá? Quantos passeios? Quantos amigos reunidos? Quantas gargalhadas?
E tudo isso misturado a um verde e azul sem comparações. Sem contar com o ar fresco que nos presenteia com as brisas suaves todos os dias.
Sabe, não tem coisa melhor do que acordar de manhã cedinho e tomar um café olhando aquela paisagem. E à noite apreciar o céu repleto de estrelas. Na época de lua cheia então parece que podemos alcançá-lo.
Lembro uma vez meu tio falando: "Isso, Bruna. Olha mesmo, tá lindo. Pega uma estrela e faz um pedido do fundo do teu coração."
É bom saber que existe um lugar assim e que há pessoas que ainda prezam pelo maior patrimônio da humanidade.

Pensem em quantas coisas nós podemos tirar da Natureza sem prejudicá-la?
Melhor, já repararam o quanto ela se assemelha às pessoas? Sim. Por ora fica violenta e se revolta trazendo tempestades e tantos outros fenômenos que deixam rastros de destruição. Em outros momentos nos permite presenciar maravilhosos espetáculos, como o pô-do-sol e o crepúsculo. E mesmo com os desmatamentos e queimadas ela ainda é capaz de se regenerar! Como disse Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."
Se há uma força maior neste mundo, essa força é a Natureza. Com essa força eu sinto, eu vejo, eu protejo, eu compartilho, eu cuido...

Ela é a sua casa. O que nós geralmente fazemos com as nossas casas?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A pedido

Essa é para você que disse: "Por que você escreve coisas tão tristes? Escreva algo interessante pras pessoas lerem também." (O que seria algo interessante?)
Esse é aquele comentário típico que te remete aos famosos dois lados da moeda.
Em contrapartida eu ouço e leio elogios maravilhosos em relação a este espaço.

Então seguem, especialmente para você, 24 coisas INTERESSANTÍSSIMAS:

01 - O nome completo do Pato Donald é Donald Fauntleroy Duck.
02 - Em 1997, as linhas aéreas americanas economizaram US$ 40.000 eliminando uma azeitona de cada salada.
03 - Uma girafa pode limpar suas próprias orelhas com a língua.
04 - Milhões de árvores no mundo são plantadas acidentalmente por esquilos que enterram nozes e não lembram onde eles as esconderam.
05 - Comer uma maçã é mais eficiente que tomar café para se manter acordado.
06 - As formigas se espreguiçam pela manhã quando acordam.
07 - As escovas de dente azuis são mais usadas que as vermelhas.
08 - O porco é o único animal que se queima com o sol além do homem.
09 - Ninguém consegue lamber o próprio cotovelo, é impossível tocá-lo com a própria língua. (Já me disseram que tem gente que consegue. Vai saber, né?!)
10 - Só um alimento não se deteriora: o mel.
11 - Os golfinhos dormem com um olho aberto.
12 - Um terço de todo o sorvete vendido no mundo é de baunilha.
13 - As unhas da mão crescem aproximadamente quatro vezes mais rápido que as unhas do pé.
14 - O olho do avestruz é maior do que seu cérebro.
15 - Os destros vivem, em média, nove anos mais que os canhotos.
16 - O 'quack' de um pato não produz eco, e ninguém sabe porquê.
17 - O músculo mais potente do corpo humano é a língua.
18 - É impossível espirrar com os olhos abertos.
19 - 'J' é a única letra que não aparece na tabela periódica. (Aposto que você sabia essa! Ou não?)
20 - Uma gota de óleo torna 25 litros de água imprópria para o consumo.
21 - Os chimpanzés e os golfinhos são os únicos animais capazes de se reconhecer na frente de um espelho.
22 - Rir durante o dia faz com que você durma melhor à noite.
23 - 40% dos telespectadores do Jornal Nacional dão boa-noite ao WilliamBonner no final.
24 - Aproximadamente 70 % das pessoas que leem este texto tentam lamber o cotovelo.

Não gostou?
Então defina "interessante".

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Momentos de reflexão

Sem postagens de minha autoria por falta de tempo e até inspiração mesmo. Segue, para não deixar em preto, um lindo poema de Oswaldo Montenegro.

Metade

Que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos nem a boca
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio

Que a música que eu ouço ao longe, seja linda, ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso, que me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia, e a outra metade é canção

E que a minha loucura seja perdoada,
Porque metade de mim é amor, e a outra metade...
também.

Fantástico, não?
Não sei se vocês observaram, mas é importante ressaltar que durante todo o poema ele fala de metades opostas. Porém, no final, ele se completa. Não havendo, dentro de um profundo sentimento que é o amor, metade alguma.

Então, qual é a metade gritante que há dentro de você?