sábado, 29 de agosto de 2009

Sonhos interrompidos

É muito comum ter um sonho interrompido, mas seria muito mais legal ser comum voltar a eles.
Quando isso não acontece, a ordem dos fatos se divide em:
1) tentar voltar ao sonho;
2) não conseguir;
3) ficar com raiva ou frustrado;
4) imaginar como seria o final;

Quem nunca tentou voltar ao sonho e, por não conseguir, ficou com raiva ou frustrado, mas depois acabou se conformando e tentou imaginar o final?
O melhor mesmo é colocar a criatividade em ação e pintar as gravuras restantes do sonho da cor e do modo que você preferir.
Agora vamos ao ponto principal deste texto. Vou lhes contar o meu super sonho interrompido.
Eu estava num salão enorme, o piso era de madeira clara e as janelas eram bem antigas e grandes. Não havia nenhuma cortina e os raios de sol iluminavam bem o salão. Esse, por sua vez, não tinha nada além de várias mesas longas cobertas de comida. Elas ficavam uma atrás da outra.
Não sei se vocês lembram da parte final do filme "Titanic" na qual o navio naufragado começa a se regenerar, mostrando um amplo corredor iluminado que levaria Rose a encontrar Jack no relógio. Pois muito bem, o salão do meu sonho é semelhante a ele.
Com um prato de plástico pequeno, daqueles de festa de aniversário, eu seguia as mesas e colocava os mais diversos salgados. O prato ficava cada vez mais cheio, de modo a fazer uma pequena montanha, se é que vocês me entendem. O mais interessante é que ele suportava toda aquela comida e nada caía. Quanto mais eu colocava, mais tinha espaço.
Já nas últimas mesas, onde estavam os doces, eu decidi colocar por cima da montanha de salgados o meu sabor preferido de sorvete: chiclete. Me servi de bolas fartas e logo comecei a apertar o compartimento de calda de chocolate. Eu me deliciava a medida em que a calda ia caindo lentamente sobre o sorvete. Era uma sensação que me trazia calma e prazer. Eu estava extasiada ao apreciar aquele pequeno momento de felicidade quando, abruptamente, minha mãe abre a porta do quarto e diz: "Bruna, tá na hora."
Era sábado e eu não tinha nenhum compromisso. Mas sabe como é mãe, nunca quer que a gente acorde tarde. E eu nem preciso dizer como meu humor ficou depois desse incrível fora.

Esse episódio aconteceu há anos atrás quando eu ainda morava em Porto Velho. E o sonho foi o melhor que eu já tive durante os meus 19 anos de vida.
É meio óbvio o final, mas não sei se depois eu me fartaria de todo aquele lanche. Com um prato daqueles, quem é que não o faria? Mas hoje, parando para pensar, eu acho que a graça do sonho estava realmente no desejo de experimentar, na sensação do prazer visual que me provocava, e não no ato de comer propriamente dito.
Não dizem que primeiro você come com os olhos? Então eu posso dizer que comi, e como comi.
Portanto, esse é o final pintado por mim: apenas com os olhos eu pude experimentar diversas sensações que seriam diferentes daquelas que eu teria apenas comendo.

E vocês, já tiveram sonhos legais que, infelizmente, foram interrompidos?
Contem as suas experiências.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dias frios

Quem me conhece sabe que eu repito mil vezes a mesma frase em tempos assim: "Eu ODEIO frio!" E é verdade, eu não suporto, ainda mais com chuva. É desanimador acordar cedo para ir à faculdade, colégio ou trabalho. Acordar cedo já é uma prática um tanto quanto suicida, imagine no frio.
E para estudar depois? Eu mesma fico lenta, olho para janela, vejo tudo cinza, tudo tão down que acaba me dando uma preguiça. A cama nessas horas é meio que sua inimiga, porque você olha para ela e ela te chama com aquele travesseiro fofo e edredom quentinho de modo que você não resiste e se rende ao sono. E, ao invés de estudar, você dorme. A não ser que você seja forte e não se deixe abater, ou não ligue para essa escrita porque, afinal, ela não condiz realmente com a sua reação ao frio ou seja como eu, persistente, que mesmo ameaçando bater a cabeça, na escrivaninha, de tanto sono, arranja forças para estudar. Se bem que com algumas matérias não existe tempo ruim e com alguns professores também. (sorriso malicioso)
Eu sou daquelas pessoas que mudam o humor no frio. Oscilou um pouquinho aqui, um pouquinho acolá, já era, eu oscilei total. Fico com cara de cinza, com cara de céu nublado. É claro que eu tento me adaptar, afinal, o ser humano é adaptável à natureza, mas é difícil.
Há quem adore o frio e suas "vantagens", digamos assim. Geralmente partem do pressuposto de que as pessoas se vestem mais elegantemente e que podem ficar debaixo das cobertas assistindo a filmes e comendo pipoca. Eu sinceramente não vejo graça nisso.
É como a chuva, muitas pessoas adoram dormir com o barulho dela. Já eu não ligo, com barulho ou sem barulho quero ela bem longe de mim. Pode chover à vontade, mas enquanto eu estiver dormindo, porque quando eu acordar quero um dia lindo e amarelo, todinho amarelo.
Tudo bem que tem dias que você precisa gritar, cantar, dançar e nada melhor do que uma chuva bem forte, ao estilo de "Singing In The Rain", para te acompanhar nesta empreitada. Aquela famosa cena do filme é maravilhosa e mostra uma outra perspectiva, aquela da qual você não está nem aí para o que está acontecendo a sua volta e por isso nada pode abalar a sua felicidade. Tanto que o personagem só nota depois que o guarda está observando-o.
Uma outra coisa interessante diz respeito aos guarda-chuvas. Eu nunca havia parado para pensar, porém uma vendedora me atentou para o fato de que a maioria das pessoas usa as mesmas cores de guarda-chuva, como preto, cinza e azul escuro. E que seria interessante se eu levasse o guarda-chuva cor-de-rosa choque que, por ser uma cor alegre, viva e aberta, contrastaria com esses dias fechados, frios e chatos.
E não é que ela estava certa? Senti firmeza e apostei no rosa. Acabei levando, por um colega, o título de dona do guarda-chuva mais irado da faculdade. É mole ou quer mais?
Hoje eu estou mais ao estilo de "Raindrops Keep Falling On My Head" e, seguindo a música, estou precisando ter uma conversinha com o Sol que, aliás, anda bem relapso por dormir no trabalho. Mas não adianta, por mais que eu o chame de preguiçoso e fique chateada, "I'm never gonna stop the rain by complaining".
Afora isso, aqui estou escrevendo de pijama e meias, sem ninguém para me servir uma taça de vinho ou me acompanhar no ritmo de uma música para acalentar meu coração em dias frios.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Redação ausente

Ultimamente ando sentindo dificuldade em escrever. Não sei o motivo, mas sempre tenho essa impressão. Eu penso em vários temas, eu tenho tempo para pensar, afinal, eu levo quase uma hora ou um pouco mais na ponte Rio-Niterói na volta para casa. Acho que penso tanto que acaba ficando um vazio.
Várias vezes tentei achar uma forma de não colocar o meu eu-lírico nos textos a fim de treinar para as redações jornalísticas. Porque a função é essa, passar a informação e nada mais. Mas é tão fácil referir-se a si mesmo e colocar experiências suas do cotidiano que eu, eu... não sei.
Tudo isso me remete ao filme "Marley e eu", cuja profissão do personagem principal é jornalista, mas devido aos rumos diferentes que a vida tomou, ele se tornou colunista. O mais engraçado disso é que antes ele se recusava a escrever uma coluna, alegando ser jornalista e não colunista. Anos depois ele falou: "Eu sou colunista e dos bons."
É nessas horaas que eu penso: "O que você quer ser, Dna. Bruna?"
Ando tão confusa que já não sei mais. O amanhã que eu não vejo anda me assombrando. É incrível e ao mesmo tempo angustiante não saber o que irá acontecer. Antes eu sabia exatamente todos os meus passos e era maravilhoso ver como tudo dava certo. É aquela história do poder da mente, eu arquitetei tudo, porém, até os meus 18 anos. Por que não continuei?
Deixar a vida me levar me traz uma sensação de desconforto. Mas ao mesmo tempo é reconfortante acreditar firmemente no seu potencial e saber que os caminhos da vida vão te levar para onde você realmente deve ir. É claro que você deve carregar consigo alguma coisa favorável a ele, só assim ele será o seu caminho, a sua longa estrada, aquela que por mais difícil ou fácil que seja, é realmente sua. E nela vale a pena qualquer pedra, buraco, ventania ou poeira, porque você está exatamente onde deveria estar.

É uma redação ausente porque eu sinceramente perdi a mão. As minhas letras não estão correndo mais, não como antigamente, não como deveriam fluir, não como eu realmente acho que deveria ser.

Redação ausente? Vai passar. Eu espero.

domingo, 9 de agosto de 2009

"Você foi a coisa mais linda que aconteceu na minha vida!"

Pai, ontem eu me emocionei ao ouvir esta frase que está no título. Você não percebeu, é claro, mas isso tocou meu coração. Você falou com tanta paixão que eu não me contive e deixei que as lagrímas caíssem.
Como é bom saber que existe alguém no mundo que "muito te ama, que tanto te ama, que muito, muito te ama, que tanto te ama". E não poderia ser diferente, você me deu e dá tanto amor que hoje eu sou assim, completa e repleta de sentimentos que transbordam. E como transbordam!
Sabe, eu poderia falar aqui tudo o que você me ensinou, contar os momentos mais especiais da nossa vida e assim vai. Mas não, hoje eu quero ser sucinta (para variar) e dizer que você é glorioso.
Glorioso por ter conseguido ser pai inteiro, amigo, companheiro para TODAS AS HORAS e grande confidente. Glorioso por ser honesto e ter colocado essa ação como base na minha educação. Glorioso por ser um homem digno e fazer tudo aquilo que lhe cai nas mãos com vontade e batalha. Glorioso por amar alguém tanto.
Ah, pai, eu me orgulho de você.
Você lembra do que eu havia acabado de dizer quando tiraram essa foto?
"Meu pai é o sol da minha vida."

Obrigada por continuar me guiando e trazendo alegria aos meus dias. E não importa que chova, o sol sempre retornará para que eu me lembre de todos os ensinamentos que você me deu e tem me dado. Dessa maneira, então, eu poderei continuar a caminhar na longa estrada.
Eu te amo muito, muito, muito, meu veeeelho e bom pai.
Parabéns por hoje e por todos os outros dias que seguirão.

sábado, 8 de agosto de 2009

Opa!

Olá!
É legal voltar a escrever aqui neste espacinho tão meu.
Não tenho "muita" coisa para dizer, mas as férias foram interessantes. Teve de tudo, do mal ao bem estar.
Lembro-me de algumas situações e frases engraçadas e irei citá-las. Todas elas aconteceram em Campo Grande/MS, exceto uma que foi no Paraguai. Ah, sim, minha viagem à Europa foi para os ares, mas isso é outra história.

Situação nº 1: Meu tio Jefferson , de 26 anos, (tioZÃO, né?!), eu e minha mãe estávamos sentados na mesa da cozinha conversando e surge o assunto do livro que ele está "lendo". É entre aspas porque ele comprou há um bom tempo e não saiu do primeiro capítulo.

Eu: "E qual é o nome do livro?"
Ele: "Voando como a águia".
Eu direcionando o olhar para os dois: "Hum, interessante, me remeteu a... é tipo Fernão Capelo Gaivota."
Ele sorrindo e preparando uma tirada: É tipo... (pausa com sorriso malandro) pulando como um sapo."
Nessa hora a gente não aguentou e caiu na gargalhada.

Situação nº 2: Eu, minha mãe e meus tios Jefferson e Júnior estávamos tomando picolé numa bela tarde de domingo, no estabelecimento "Delícias do Cerrado", quando minha mãe lembrou que riu muito com minha tia Miriam ao ver um lugar igualzinho, porém com o nome diferente. Ela não conseguia lembrar e meu tio, Jefferson, imitando sua expressão de buscar algo na memória, preparou outra tirada: "É Gostosuras do Campo".
Nem preciso dizer o que aconteceu após isso.

Situação nº 3: Eu, meu tio Jefferson e minha mãe estávamos no Paraguai tentando lembrar, simplesmente do nada, um ditado. No final das contas tio Jefferson disse: "Reza o padre, esquece o Pai Nosso. Nossa, nada a ver, né?!"
Minha mãe rindo: "Nada a ver mesmo."
E eu? Bom, eu cada vez mais impressionada com as tiradas dele. Dessa vez sem sucesso, mas com seu tom de graça.

Situação nº 4: Minha mãe estava dirigindo na ida para o Paraguai "sozinha". Entre aspas porque eu e meu tio estávamos dormindo. Não somos nada bobos, né?! Pois muito bem, quando nós acordamos ela contou: "Gente, mas eu ri muito com uma placa enorme que dizia "NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS POR QUALQUER ACIDENTE QUE VENHA OCORRER COM VOCÊ NESTA RODOVIA." Poxa vida, eu devia ter tirado uma foto."
Juro que se eu estivesse acordada tiraria. Agora vê se pode, ninguém merece! Realmente essa placa era digna de uma foto.

Situação nº 5: A família toda depois de cantar meus parabéns em casa, exatamente como eu queria, decidiu ir a uma pizzaria. Minha tia está de muletas devido a uma cirurgia no pé direito, e nós tivemos que andar um pouquinho, então minha mãe perguntou: "Dá pra ir direitinho, Miriam?"
Ela respondeu: "Gente, eu vou tentar ir sem dar."
Eu não me aguentei.
Aliás, esse dia foi muito mágico. Tive até duas surpresas!

É claro que há muitas outras situações e boas histórias para contar. Afinal, eu sou uma colecionadora delas e, claro, como uma pessoa que adora mistérios, muitas ficam guardadas comigo. Ah, e também não dá para colocar tudo aqui. Mas mal posso esperar para encontrar meus amigos e contar minhas aventuras.
Enfim, foi ótimo passar mais uma temporada com a família.
E agora realmente tenho que ir, pois são 5h da manhã e quero ver como irei acordar daqui a pouco. Tenho tanta coisa para fazer. Cheguei de viagem sexta e fiquei sabendo um pouco antes que as aulas da faculdade foram adiadas. Toda história tem seu lado positivo, então terei tempo para organizar tudo. Já o lado negativo... lá se vai Dezembro quase que inteiro. Não me importo, toda experiência é válida.

Hum, ainda a pouco fui à cozinha e vi a lua. Como está linda! Ainda em Campo Grande a vi enorme e amarelada e me fiz a mesma pergunta de sempre: "Será que tem alguém neste exato momento olhando para ela e pensando a mesma coisa que eu?"
Queria terminar esta postagem com uma frase muito bonita que realmente me chamou atenção. Ouvi na novela "Senhora do Destino" que, por sinal, adoro.

"Sob a luz do amor, não há mal que não tenha fim."