sábado, 12 de setembro de 2009

"Foi poeta - sonhou - e amou na vida"

Sempre esperei por esse dia: a postagem sobre o maior representante da 2ª Geração Romântica no Brasil - Álvares de Azevedo.
Esse rapaz com o olhar misterioso e febril me arrebatou aos 15 anos de idade através de suas intensas poesias versadas com sofreguidão e paixão. Foi em uma aula de Literatura que eu conheci o poeta que iria me fazer suspirar ao lê-lo. E foi, digamos, amor à primeira vista.
"Lembrança de Morrer" foi a primeira de muitas poesias que iriam me atrair profundamente. O meu encanto crescia cada vez mais, como em uma paixão. Eu não era apaixonada somente pelas poesias, mas pelo poeta em si. Ele foi a única pessoa que me fez sentir, com palavras, o que eu nunca havia sentido antes. São sensações misturadas, choros e risos, a certeza e a dúvida. Tudo o que exatamente marcou o seu estilo poético. Álvares de Azevedo versou em todos os campos, o do amor; o da morte, o da ironia; o da paixão; o da sensibilidade e o pessoal.
Hoje, faz 178 anos de sua morte. Porém, ele continua vivo em suas obras que foram feitas em um espaço tão curto de tempo. Sim, acreditem, ele morreu aos 21 anos incompletos e, ainda assim, nos deixou um grande acervo.
Dotado de uma inteligência incomparável, falava várias línguas e lia sobre diversos autores, dentre eles, Lord Byron e Musset, que influenciaram de maneira positiva suas poesias.
Era um estudante de Direito exemplar e odiava a sua cidade, São Paulo.
Nunca encontrou alguém que pudesse amar. Isso era claro em suas poesias e em uma carta mandada ao amigo, Luís, que diz:

"Sinto no meu coração uma necessidade de amar, de dar a uma criatura este amor que me bate no peito.
Mas ainda não encontrei aqui uma mulher - uma só - por quem eu pudesse bater de amores."

E ele, como mesmo diz em "Hinos do profeta", vagou pela vida sem conforto, esperou sua amante noite e dia e o ideal não veio.

Há muitas controvérsias sobre a vida do autor que sofreu do "Mal do Século". Uns dizem que ele era extremante dedicado e estudioso, outros que ele era um fingidor e participava da vida boêmia. Mas uma coisa é incontestável: Manuel Antônio Álvares de Azevedo, Maneco, como era chamado pela família, foi um dos maiores poetas de sua época e contribuiu imensuravelmente para a construção da história da Literatura Brasileira.
Para quem não o conhece, vale a pena ler.
Gostaria de terminar esta postagem com alguns versos meus que mostram a minha total devoção a esse jovem:

Quis o destino que não nos encontrássemos ainda em vida. Hoje, mais de um século e meio depois, eu te encontrei através da morte.
O amor que você tanto quis dar, eu recebi; o amor o qual você tanto esperou... eu estou aqui.

- Bruna Vargas Duarte

4 comentários:

  1. Nossa, eu também o adoro e confesso que tenho um quedinha pela segunda geração, mais até que as outras duas em especial.
    Como sempre seus textos são ótimos e de uma eloquencia e paixão invejável.
    ^^
    um beijinho

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  2. Eu não leio muito poetas, mas admiro, acho lindo o trabalho.
    Aliás, seu texto ta ótimo!
    E é sempre bom amar alguém. Seja pessoa "real" ou ídolos distantes, ou até mesmo de um passado muito longe. =]
    Beijosss

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  3. nossa, gosto muito de obras como a Álvares de Azevedo. gostei do seu blog, estou te seguindo viu? :*

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  4. Bruninha, olha inspirado em você criei meu blog... está lindo...Adoro esses blog com estilo clássico.
    Sinceramente, cansei de ser clássico, estou mais jornalista de boteco mesmo.
    Sua escrita é fantástica...
    to seguindooo me segue ae...

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