segunda-feira, 4 de maio de 2009

Não vou deixar em preto

Estive pensando em escrever sobre "As histórias que não escrevi". Mas pensei melhor e vi que não tinha cabimento. Além de ser completamente paradoxal é negativo.
E... bom, NÃO quero deixar de escrever um dia! E mesmo que eu não tenha inspiração para fazer um bom texto, publicarei outras coisas que também sejam legais e sirvam para enriquecer esse espaço. Ora mais, vê se pode? Sai dessa, garota.
Então, como eu sou apaixonada por Literatura sempre que puder irei colocar alguma poesia ou um texto bem bonito. E agora eu pensei de novo: "Poxa, como eu não pensei que não poderia ter inspiração lendo outros textos? E sabe do que mais? Eu posso até comentar!"
Belíssima conclusão a qual eu cheguei, né?! (risos)
Vamos ao que interessa e, para isso, dedos aos quadradinhos!
AMOR MENINO
"Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo as colunas de mármore, quanto mais à corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar a menos."
Pe. ANTÔNIO VIEIRA, Sermões

Há uma música que tem a ver com o texto acima.

Resposta ao Tempo (Cristóvão Bastos e Aldir Blanc)

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Pra ter argumento

Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais

Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Pra tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

A interpretação de Nana Caymmi nesta música é fantástica!

Como dizia Vinicius de Moraes: "... que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure."
E quando acabar, que acabe da forma mais amigável possível.
Devemos cultivar as relações!

Um comentário:

  1. Olá Bruna!
    Nossa! Eu adorei o seu blog, tem realmente a ver com você.
    Os textos são lindos e a iniciativa tambem é bem legal.
    Continue assim
    um beijo

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