sábado, 2 de maio de 2009

As histórias que eu escrevi

Como eu não tive essa ideia "brilhante" antes? Estive pensando no que escrever e, vendo uma cena da novela Caminho das Índias, fiz uma série de ligações. O Dr. Kadori (psiquiatra) estava conversando sobre esquizofrenia com um dos funcionários do centro psiquiátrico no qual trabalha. E um dos seus comentários era de que o esquizofrênico pode ser brilhante. O funcionário, então, comentou sobre o filme "Uma Mente Brilhante". Nesse mesmo instante minha mente voltou ao passado e ligou tais fatos: trabalho de matemática - o filme - assisti 5 vezes.

Estava claro que eu deveria escrever sobre isso. Mas que grande surpresa me trouxe a novela, hein?! Inspiração.

Na 8ª série, hoje 9º ano, minha professora de Matemática, Priscila Meira, pediu para que assistíssemos esse filme e fizéssemos um resumo sobre ele com o olhar matemático. Eu, claro, prontamente assisti ao filme. Logo depois iniciei o resumo e confesso que tive dificuldades. Eu mostrei para minha mãe o pouco que havia feito e ela me alertou: "Sim, tá legal. Mas não se esqueça de que você deve fazê-lo voltado para a Matemática!"
"E como eu faço isso, mãe?", perguntei.
Ela, claro, me auxiliou. Assim eu pude realizar um glorioso resumo, do qual eu tive muito orgulho. Pois assisti ao filme exatas 5 vezes.
Esforço e interesse maiores que o meu não tiveram. Eu realmente me apaixonei pela história de vida de John Nash.


John Nash é matemático, professor e portador do Prêmio Nobel de Economia. Iniciou sua vida acadêmica com uma bolsa de estudos na Universidade de Carnegie Mellon. Primeiramente estudando química e, mais tarde, matemática. Com um curso de "Economia Internacional", teve contato com teorias acadêmicas que o levaram a formular suas próprias ideias e trariam grande relevância no estudo da economia. Essas ideias lhe renderiam o Prêmio Nobel anos mais tarde.
John se formou com um mestrado e decidiu continuar os estudos para obter o doutorado em matemática. Seguiu então para a universidade de Princeton.
Lá ele se recusava a comparecer às aulas e palestras. Salientava ainda que as aulas entorpeciam a mente impedindo qualquer um de ter uma capacidade criativa. Motivo esse, que o levou a desistir do curso de Química, pois achava baixo o pensamento criativo exigido pela matéria.
Aprendia sozinho e se recusava a ter ajuda de professores e livros. Queria desenvolver teorias e pensamentos sem qualquer influência externa.
Nash sofria de esquizofrenia desde o início dos estudos na faculdade, porém tal problema se agravou enquanto lecionava na universidade de MIT (Massachussets Institute of Technology). Nesse meio tempo aconteceram duas coisas que mudariam o rumo da sua história: casou-se com Alicia, estudante de física, com quem teve um filho, e foi internado.
O tratamento consistia em sessões de eletroconvulsoterapia, conhecida vulgarmente como "choque" e ingestão de antipsicóticos. Mesmo sob o efeito desses medicamentos, Nash conseguiu produzir grandes trabalhos matemáticos. E é neste momento em que entra o "olhar matemático".


Por que "Uma Mente Brilhante"? Nash sofria alucinações que vinham em forma de perseguição e de três "amigos". Um deles era uma menina.
Durante anos convivendo com esse distúrbio ele percebeu que a menina não crescia e, portanto, não podia ser real. Ou seja, o seu raciocínio lógico altamente desenvolvido pela matemática fez com que ele, aos poucos, ignorasse os delírios causados pela esquizofrenia paranóica.
Somente uma mente brilhante é capaz de raciocinar desse modo em meio ao desespero.


John Nash recebeu o Prêmio Nobel em 1994;
Sua tese, o "Equilíbrio de Nash", revolucionou o estudo de estratégia econômica;
Ele voltou a trabalhar e, hoje, ensina matemática na Universidade de Princeton, em Nova Jérsei;


Essa é uma história que realmente me envolveu e merece toda a minha atenção.
É emocionante saber a luta de uma pessoa contra uma doença tão grave. E é mais gratificante ainda tentar entender como a mente funciona e como ela funcionou em um momento tão difícil na vida de Nash.
Ele, sem sombra de dúvida, é genial.
O que a matemática não faz, ou melhor, não fez?


Aconselho ver o filme. É realmente maravilhoso!

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