domingo, 28 de junho de 2009

Enfim sol

Nem acreditei quando saí de casa (milagre nesses últimos dias) e vi o céu azul e iluminado.
Pensei comigo mesma e com entusiasmo: "fez sol, fez sol!"
Assim que cheguei em casa tratei de abrir as persianas e a janela. Elas me impediram de ver o lindo dia que está lá fora. E essa minha aversão a claridade desaparece quando faz sol. Contraditório, não é?! Eu simplesmente adoro o sol, o calor. Mas em casa não quero uma luz sequer tentando passar por algum orifício das cortinas.
Tempos atrás eu sempre cantava: "abre essa janela, primavera quer entrar..."
Mas o que importa mesmo é que esse tempo me anima. Tanto que cheguei saltitante e vim logo escrever aqui. É, bem se vê que a postagem "Mas só chove e chove..." não tem mais validade. Já era!
Cá estou mais uma vez. Eu sempre volto. Aliás, ela saiu da validade no mesmo dia em que a escrevi, porque logo em seguida publiquei outra postagem.
Então, entrei no quarto e peguei o meu super hiper mega livro de Literatura e coloquei em Arcadismo, o Século das Luzes a fim de procurar um poema sobre sol para pôr aqui. Mas lembrei-me logo de um que tem a ver com infância e decidi colocá-lo. Antes disso, folheei um pouco e lembrei-me de outra ao vê-la escrita. Assim que comecei a ler não acreditei e exclamei: "Como eu pude me esquecer desta poesia?" Mas eu não esqueci de esquecer, entende? Terminei de ler e logo a recitei como nos velhos tempos. Ah, hoje fez sol e "tomara que não chova seis meses sem parar!"
Seguem então as duas poesias:

Infância

Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".

(Guilherme de Almeida)

Soneto 12

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Pera matar-me e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde
Vem não sei como, e dói não sei porquê.

(Luís Vaz de Camões)



Escrevi de cor.
Não esqueci. Nunca!

"Meu corpo viraria sol, minha mente viraria sol..."

2 comentários:

  1. "Let the sunshine! Let the sunshine in, the sunshine in!"
    Vai nessa Bruna, quem canta seus males espanta.
    ^^

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  2. Sim!!
    "Here comes the sun, laralálá, here comes the sun. It's alright, tãtãnãtãtãnã..."

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