sábado, 25 de abril de 2009

Abismo Social

Resolvi publicar aqui o meu trabalho sobre desigualdade social. Meu professor de Sociologia pediu para que fizéssemos uma lauda sobre um acontecimento nosso do cotidiano.
E o trabalho se dividiria assim:
- O acontecimento;
- Como aconteceu;
- Por que posso colocar nas lentes sociológicas? Ainda não sei a nota ou ao menos o conceito. Mas eu achei até legalzinho para quem está começando.

O centro é um lugar de intensa movimentação. Nesse espaço podemos ouvir comentários engraçados ou presenciar coisas que se tornaram comum à vista da maioria das pessoas, como a correria dos camelôs para fugir da polícia ou homens pregando a palavra de Deus no meio da calçada. E foi passeando pelo centro da Grande São Paulo que eu observei, a fundo, um desses inúmeros acontecimentos.
Enquanto admirava a estrutura do Teatro Municipal, eu olhei, do outro lado da rua, dois homens de terno que conversavam e riam tranquilamente. O pano de fundo eram vários mendigos dormindo embaixo de uma árvore. Aquilo me chamou a atenção a ponto de eu ter refletido no mesmo instante: “Caramba, eu estou vendo a desigualdade social na minha frente!”
Normalmente, eu não teria pensado dessa forma e essa visão seria superficial. Como eu disse anteriormente, seria comum. E de fato é. Isso é uma coisa que acontece todos os dias em qualquer lugar que se vá. Mas eu estava de férias, com a mente despreocupada. O que fez com que eu realmente parasse para olhar e tivesse uma visão crítica.
E o que acontece? A desigualdade econômico-social é desencadeada pela concentração de renda, problema esse vinculado ao início da construção da sociedade brasileira. O monopólio da terra pelos latifundiários e a base de trabalho escrava formaram grupos sociais antagônicos que se separaram pelo poder aquisitivo e pelo acesso aos bens e serviços. Mostrou-se a partir daí, a dificuldade de ter um emprego, de ter uma boa alimentação, educação e, consequentemente, de ter ascensão social. O que se explica através da precariedade dos serviços públicos que, em sua grande maioria, são de má qualidade e não oferecem oportunidades para as classes mais baixas.
A globalização da economia aumenta essa disparidade social. Um fator ligado a ela que aflige muitos trabalhadores é o desemprego estrutural. Com a chegada das máquinas, houve uma redução significativa no número de trabalhadores pela maior mecanização e automação. O trabalho antes realizado por muitos operários, agora é realizado por poucos.
Economistas dizem que uma política de distribuição de renda traria um maior dinamismo e crescimento na economia do país, o que melhoraria as condições sociais. Eu discordo com essa posição, pois a política proposta é utópica. A desigualdade econômico-social vem de berço e se tornou caótica, é um estado e um fator do caráter excludente da economia na qual estamos inseridos, a globalizada.

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